A lombalgia
A lombalgia é responsável por 70% a 80% dos casos de dores na coluna vertebral e apresenta-se de forma crônica em 10% a 15% dos trabalhadores.
A dor lombar é uma grande causa de morbidade e incapacitação, perdendo apenas para a cefaleia, quanto à incidência,entre os distúrbios dolorosos.
É representada por todas as situações clínicas que venham a originar dor, com presença ou não de rigidez ou contratura, localizando-se topograficamente entre o último arco costal e a prega glútea.
A dor apresenta maior prevalência entre as mulheres, estando presente em 21,4% dos homens e 33% das mulheres entre 45 e 64 anos.
Há maior número de casos com a idade, bem como maior frequência de algias musculoesqueléticas em pacientes deprimidos.
O status emocional do paciente,por sua vez, pode tanto agravar como precipitar um quadro de lombalgia, bem como as queixas decorrentes de outras causas orgânicas pré-existentes.
A restauração funcional do paciente com dor deve,longe de uma visão reducionista, focalizar toda uma série de aspectos, dentre eles:
-controle do estresse;
-biomecânica;
-informação e educação;
-condicionamento físico;
-treinamento cognitivo;
-estilo de vida.
A condição tem grande repercussão social.
É a principal causa de absenteísmo ao trabalho (custos indiretos) na fase de maior capacidade produtiva do indivíduo, o que repercute de imediato nos chamados custos sociais que incluem despesas com tratamento médico (custos diretos), queda na produtividade,incapacitação para atividades laborativas e implicações trabalhistas.
A literatura médica descreve amplamente que a grande maioria dos casos de lombalgia apresenta regressão espontânea num prazo de 4 a 7 semanas, o que configura a condição como autolimitada.
Por outro lado, sabe-se que a recorrência faz-se presente em mais de 50% dos casos no período de um ano e que a cronificação da dor afeta 40% a 44% dos pacientes.
Os fatores de risco podem ser inúmeros, incluindo os ocupacionais (geradores de sobrecarga funcional), os individuais(como problemas posturais,obesidade e mau condicionamento físico) e mesmo os psicossociais (depressão, alcoolismo,tabagismo,desmotivação com as atividades profissionais,frustrações afetivas e outros).
É muito importante referir que raramente a dor originada na coluna lombar é típica/característica de uma lesão em particular, ou seja, inúmeras causas/doenças devem ser pesquisadas para obtenção do diagnóstico.
As causas neurológicas, mecânicas e vasculares devem ser criteriosamente investigadas.
A avaliação clínica através da rotina semiológica (incluindo inspeção,palpação e exame neurológico direcionado à coluna vertebral)é seguida de avaliação funcional(particularmente o estudo da marcha) e estudo de imagem (radiológico e/ou ressonância magnética).





Imagem radiológica de instabilidade em coluna lombar com alterações degenerativas.

Ressonância magnética de doença degenerativa discal como causa de dor e instabilidade.
