Hérnia Discal Lombar
A herniação discal é um fenômeno resultante de fatores biomecânicos, alterações degenerativas e situações que levam a um aumento de pressão sobre o disco intervertebral.
Toda essa evolução pode ocorrer de forma sintomática ou absolutamente assintomática.
O disco apresenta uma função amortecedora e estabilizadora das cargas exercidas sobre a coluna vertebral.
A chamada unidade morfofuncional é representada por duas vértebras acima e abaixo do disco que é composto por fibrocartilagem e em seu interior há um gel/núcleo pulposo circundado por um anel/ânulo fibroso.
Com o passar dos anos ocorrerá uma desidratação do gel e uma perda progressiva da função exercida pelo disco.
Durante este processo pode observar-se uma situação clínica em que o gel vai extravasar-se através de uma rotura no anel fibroso e teremos caracterizada a presença de uma herniação discal.
A história natural da hérnia discal é a resolução espontânea, sendo que a faixa etária que apresenta maior incidência de sintomatologia é de 30 a 49 anos.
A bibliografia refere que 75% dos casos de dores irradiadas para o membro inferior melhoram com o tratamento clínico de 10 a 30 dias.
O tratamento conservador/não cirúrgico, portanto, apresenta bons resultados, devendo ser utilizado por quatro a seis semanas e na dependência de vários fatores, principalmente da tolerância do paciente à dor e do comprometimento neurológico.


Imagem ilustrativa de herniação discal lombar

Imagem por ressonância magnética de hérnia discal lombar (seta branca)

Imagem por ressonância magnética de hérnia discal lombar (seta branca maior)
A dor Ciática / Ciatalgia
A ciatalgia é a dor que inicia-se na raiz da coxa, tanto uni quanto bilateralmente, ultrapassando os joelhos e manifestando-se nos pés, fazendo-se acompanhar de alterações sensitivas e/ou motoras.
A dor habitualmente varia com a mudança de posição, sendo que a posição em decúbito lateral (deitar-se “de lado”) e flexionando-se os quadris e os joelhos, de modo similar a uma posição fetal, frequentemente oferece alívio sintomático.
Por outro lado, há casos em que a dor é aliviada em ortostatismo (posição “em pé”) ou em posição sentada,piorando na posição em decúbito lateral.
É muito importante referir que inúmeras doenças podem originar uma dor ciática, tais como causas infecciosas,tumorais,viscerais, degenerativas e psicogênicas.
A dor ciática de causa degenerativa, representada pela herniação discal, como única causa é, portanto, muito simplista e sujeita a equívocos diagnósticos.
Dentre as causas degenerativas podemos citar ainda instabilidades diversas, a espondilolistese, deformidades como escolioses do segmento lombar e artroses facetárias.
A história clínica e o exame físico associado aos exames complementares de imagem e aos estudos eletrofisiológicos objetivam a condução para o correto diagnóstico.
Cada exame apresenta uma peculiaridade quanto a sua resolutividade e indicação.
A interpretação desses exames é fundamental a exemplo dos estudo de imagem por ressonância magnética que apresentam um percentual de falsos-positivos de cerca de 25%.
Ainda em relação à ressonância magnética é interessante referir que ela evidencia alterações degenerativas discais em 22% dos pacientes assintomáticos abaixo dos 40 anos e em 58% naqueles acima de 40 anos.
Cabe assinalar que 76% dos pacientes assintomáticos apresentam hérnia discal nos exames de ressonância magnética.
É, portanto,um exame útil somente em mãos de profissionais especializados face a esses achados descritos.
A eletroneuromiografia de membros inferiores pode determinar não só a presença da lesão, mas também o nível afetado,bem como estimar o grau de disfunção aguda ou crônica da raiz afetada.
É um exame dependente do tempo de evolução é não está indicado, no entanto, nas lombalgias e/ou lombociatalgias agudas.
Se por um lado a ressonância magnética apresenta maior sensibilidade para o diagnóstico de radiculopatias, os estudos por eletroneuromiografia evidenciam maior especificidade.
O diagnóstico etiológico da ciatalgia é definido a partir da composição de toda uma série de informações fornecidas pela história clinica,exame físico e os exames complementares.

Imagem ilustrativa da dor ciática de acordo com a raiz nervosa lesada.
